Frequentemente o conhecimento histórico sobre a Segunda Guerra Mundial vem acompanhado
de perplexidade, quando nos deparamos com os crimes cometidos por lideranças políticas da
Alemanha, inspiradas no nazismo, amplamente divulgado entre o povo alemão. À medida que os
campos de concentração foram denunciados, todo um espetáculo de barbárie veio à superfície,
revelando os horrores que esses campos ocultavam.
A) Explique duas características da doutrina político-ideológica nazista.
B) Mencione e comente duas influências dessa doutrina no Brasil.
A) Duas características da doutrina nazista
Expansionismo – a ideia do “espaço vital” impulsiona nazistas e fascistas a conquistarem novos
territórios.
Militarismo – intimamente vinculada ao expansionismo, o rearmamento e a contínua preparação
para guerra foi uma característica marcante do nazi -fascismo, que redundou na formação do Eixo
Roma-Berlim-Tóquio.
Antiliberalismo – frontalmente contrário aos idea is liberais de valorização das liberdades
individuais e coletivas, o nazi -fascismo extinguiu o pluripartidarismo e subordinou todos os
cidadãos aos desígnios do Estado.
Totalitarismo – a exacerbação do antiliberalismo levou à formação de um Estado totalitá rio na
Itália e na Alemanha, na qual todos os aspectos da vida social, inclusive os do âmbito familiar,
estavam subordinados aos mecanismos do aparelho estatal. Desde então, a censura aos meios
de comunicação e a completa ausência de liberdade de expressão foram a tônica nas sociedades
sob tais governos.
Anticomunismo – ao emergir em um contexto marcado pela polarização ideológica entre o
capitalismo e o comunismo, o nazi-fascismo se colocou como uma violenta alternativa a ambos.
Embora faça alusão a um vago nacional -socialismo, o Partido Nazista era completamente aves so
aos postulados marxistas.
Antissemitismo – característica inerente ao nazismo que serviu de base para a implacável
perseguição aos judeus. A partir de sua disseminação, os judeus foram identificados como os
grandes inimigos da pátria alemã, a ponto de s er proposta a exterminação desse povo. Apesar de
não constituir uma característica do fascismo, Hitler contou com o auxílio dos italianos na
perseguição aos semitas no contexto da Segunda Guerra.
Arianismo – crença na superioridade étnica dos povos de orig em germânica, que contribuiu de
forma considerável para a difusão da intolerância contra todos aqueles que supostamente
estivessem aquém dos arianos em suas múltiplas qualidades. Com base nessa concepção
preconceituosa, judeus, negros, eslavos, homossexuai s, religiosos e portadores de deficiências,
entre outros, foram considerados seres inferiores passíveis de extermínio.
Corporativismo – característica inerente ao fascismo italiano, tinha como pressuposto a
negação das lutas de classe. Para tanto, buscou c ongregar burgueses e proletários sob o manto
de um suposto bem comum tutelado pelo Estado totalitário.
Culto à personalidade – tanto o fascismo como o nazismo, difundiram a crença desmedida em
suas lideranças carismáticas. O Duce (Mussolini) e o Führer (Hitler) representavam os timoneiros
de seus povos e foram diuturnamente mitificados pela propaganda oficial.
Nacionalismo – a defesa de um intransigente nacionalismo provocou uma defesa exaltada da
pátria.
B) Influências do nazismo no Brasil
Criação da Ação Integralista Brasileira (AIB) – organização política cujas diretrizes eram de
natureza nazi-fascista e chegou a congregar considerável número de seguidores, entre estes ,
empresários, intelectuais e oficiais das forças armadas.
Polarização ideológica – a AIB rivalizou com as propostas difundidas pelos integrantes da ANL
– Aliança Nacional Libertadora – de orientação política plural, mas que contava com expressiva
influência dos comunistas.
Implantação do Estado Novo – resultou na organização de um governo nos moldes fascistas no
Brasil, a exemplo da perseguição aos adversários do regime, o estabelecimento da censura e o
controle sobre os meios de comunicação.
Constituição de 1937 – A Constituição outorgada por Getúlio Vargas sofreu influência do modelo
autoritário do nazi-fascismo. A Constituição foi apelidada de “Polaca”.
Golpe de 1938 – após a implantação do Estado Novo, apoiado pelos integralistas, suas
lideranças entraram em choque com Vargas e tentaram derrubá -lo, sem êxito.
Criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) – O DIP promoveu a censura e o
controle sobre os meios de comunicação e publicações – inclusive de livros didáticos –, além da
promoção do culto à personalidade expressa na exaltação à figura de Getúlio Vargas.
Neonazismo – doutrina assimilada do nazi-fascismo europeu, com predominância nas regiões
Sul e Sudeste do Brasil, cuja característica central é a intolerância com grupos sociais
considerados inferiores, tais como negros, homossexuais e nordestinos.
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