segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sistemas totalitários na Europa – séc. XX

Questão 6
Frequentemente  o  conhecimento  histórico  sobre  a  Segunda  Guerra  Mundial  vem  acompanhado
de  perplexidade,  quando  nos  deparamos  com  os  crimes  cometidos  por  lideranças  políticas  da
Alemanha,  inspiradas  no  nazismo,  amplamente  divulgado  entre  o  povo  alemão.  À  medida  que  os
campos  de  concentração  foram  denunciados,  todo  um  espetáculo  de  barbárie  veio  à  superfície,
revelando os horrores que esses campos ocultavam. 
A) Explique duas características da doutrina político-ideológica nazista.
B) Mencione e comente duas influências dessa doutrina no Brasil. 

Respostas
A) Duas características da doutrina nazista 
Expansionismo – a ideia do “espaço vital” impulsiona nazistas e fascistas a conquistarem novos
territórios.
Militarismo  –  intimamente  vinculada  ao  expansionismo,  o  rearmamento  e  a  contínua  preparação
para guerra foi uma característica marcante do nazi -fascismo, que redundou na formação do Eixo
Roma-Berlim-Tóquio.
Antiliberalismo  –  frontalmente  contrário  aos  idea is  liberais  de  valorização  das  liberdades
individuais  e  coletivas,  o  nazi -fascismo  extinguiu  o  pluripartidarismo  e  subordinou  todos  os
cidadãos aos desígnios do Estado. 
Totalitarismo  –  a  exacerbação  do  antiliberalismo  levou  à  formação  de  um  Estado  totalitá rio  na
Itália  e  na  Alemanha,  na  qual  todos  os  aspectos  da  vida  social,  inclusive  os  do  âmbito  familiar,
estavam  subordinados  aos  mecanismos  do  aparelho  estatal.  Desde  então,  a  censura  aos  meios
de comunicação e a completa ausência de liberdade de expressão  foram a tônica nas sociedades
sob tais governos.
Anticomunismo  –  ao  emergir  em  um  contexto  marcado  pela  polarização  ideológica  entre  o
capitalismo  e  o  comunismo,  o  nazi-fascismo  se  colocou  como  uma  violenta  alternativa  a  ambos.
Embora faça alusão a um vago nacional -socialismo, o Partido Nazista era completamente aves so
aos postulados marxistas.
Antissemitismo  –  característica  inerente  ao  nazismo  que  serviu  de  base  para  a  implacável
perseguição  aos  judeus.  A  partir  de  sua  disseminação,  os  judeus  foram  identificados  como  os
grandes inimigos da pátria alemã, a ponto de s er proposta a exterminação desse povo. Apesar de
não  constituir  uma  característica  do  fascismo,  Hitler  contou  com  o  auxílio  dos  italianos  na
perseguição aos semitas  no contexto da Segunda Guerra.
Arianismo  –  crença  na  superioridade  étnica  dos  povos  de  orig em  germânica,  que  contribuiu  de
forma  considerável  para  a  difusão  da  intolerância  contra  todos  aqueles  que  supostamente
estivessem  aquém  dos  arianos  em  suas  múltiplas  qualidades.  Com  base  nessa  concepção
preconceituosa,  judeus,  negros,  eslavos,  homossexuai s,  religiosos  e  portadores  de  deficiências,
entre outros, foram considerados seres inferiores passíveis de extermínio. 
Corporativismo  –  característica  inerente  ao  fascismo  italiano,  tinha  como  pressuposto  a
negação  das  lutas  de  classe.  Para  tanto,  buscou  c ongregar  burgueses  e  proletários  sob  o  manto
de um suposto bem comum tutelado pelo Estado totalitário. 
Culto  à  personalidade  –  tanto  o  fascismo  como  o  nazismo,  difundiram  a  crença  desmedida  em
suas lideranças carismáticas. O  Duce (Mussolini) e o Führer (Hitler) representavam os timoneiros
de seus povos e foram diuturnamente mitificados pela propaganda oficial. 
Nacionalismo  –  a  defesa  de  um  intransigente  nacionalismo  provocou  uma  defesa  exaltada  da
pátria.
B) Influências do nazismo no Brasil 
Criação  da  Ação  Integralista  Brasileira  (AIB)  –  organização  política  cujas  diretrizes  eram  de
natureza  nazi-fascista  e  chegou  a  congregar  considerável  número  de  seguidores,  entre  estes ,
empresários, intelectuais e oficiais das forças armadas. 
Polarização  ideológica  –  a  AIB  rivalizou  com  as  propostas  difundidas  pelos  integrantes  da  ANL
–  Aliança  Nacional  Libertadora  –  de  orientação  política  plural,  mas  que  contava  com  expressiva
influência dos comunistas.
Implantação do Estado Novo  – resultou na organização  de um governo nos moldes fascistas no
Brasil,  a  exemplo  da  perseguição  aos  adversários  do  regime,  o  estabelecimento  da  censura  e  o
controle sobre os meios de comunicação. 
Constituição de 1937 – A Constituição outorgada por Getúlio Vargas sofreu influência  do modelo
autoritário do nazi-fascismo. A Constituição foi apelidada de “Polaca”.
Golpe  de  1938  –  após  a  implantação  do  Estado  Novo,  apoiado  pelos  integralistas,  suas
lideranças entraram em choque com Vargas e tentaram derrubá -lo, sem êxito.
Criação  do  DIP  (Departamento  de  Imprensa  e  Propaganda)   –  O  DIP  promoveu  a  censura  e  o
controle  sobre  os  meios  de  comunicação  e  publicações  –  inclusive  de  livros  didáticos  –,  além  da
promoção do culto à personalidade expressa na exaltação à figura de Getúlio Vargas. 
Neonazismo  –  doutrina  assimilada  do  nazi-fascismo  europeu,  com  predominância  nas  regiões
Sul  e  Sudeste  do  Brasil,  cuja  característica  central  é  a  intolerância  com  grupos  sociais
considerados inferiores, tais como negros, homossexuais e nordestinos. 

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